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Desde sábado passado, venho acompanhando estarrecida, a violência que tomou conta de Londres e acabou se espalhando para outras cidades do Reino Unido. Quem acompanha o blog, sabe que meu filho mora, estuda e trabalha em Londres. E que vou para Londres todos os anos, uma cidade que eu amo e onde sempre me sinto absolutamente segura. E feliz. Além disso, sempre achei “graça” dos jornais que, na falta de notícias, estampavam nas manchetes que um homem tinha sido esfaqueado em brigas de gang, e uma ciclista atropelada no trânsito. Eram essas as noitícias, digamos, mais fortes.
A princípio, um acontecimento isolado, bem ao norte de Londres, cujo pretenso estopim, foi a morte de Marc Duggan, durante uma ação policial. Mas o que seria um “protesto”, tomou um rumo completamente diverso, se desdobrando em vandalismo gratuito, saques e roubos de tênis, roupas, celulares e o ítem que aparentemente, virou ícone dessa violência toda: TVs de plasma de 42″.
Os vândalos atacaram seus próprios bairros, ateando fogo a carros, e a grandes e pequenos estabelecimentos comerciais. Como a polícia de Londres geralmente não porta armas de fogo, e a princípio não compreendeu que não se tratava de protesto ou reinvidicação, e sim, de pura violência, não conseguiu controlar as gangs que se mobilizaram (e se uniram) mais rápido que os governantes e fizeram da cidade um palco de horror. Durante a noite de sábado, esse “movimento” foi se espalhando pelos bairros e quando acordei no domingo de manhã, comecei a panicar, quando ouvi na LBC, que a polícia não estava controlando a situação.
Sem conseguir falar com meu filho, fiquei grudada na internet, acompanhando a progressão, e aterrorizada, fiquei monitorando pelos jornais e pelo Twitter, o” mapa” das localidades que estavam sendo atacadas enquanto o Primeiro Ministro e o prefeito estavam de férias e a polícia observava, munida apenas de cacetetes e escudos. À noite, víamos vários pontos da cidade estavam em chamas.
Na segunda, a coisa toda tomou uma proporção descomunal. Em plena luz do dia, a BBC mostrava imagens tomadas de helicóptero, de dezenas, centenas de pessoas quebrando as vitrines, entrando nas lojas, e como se estivessem fazendo compras, saíam com sacolas e pacotes. Felizmente, o centro de Londres, onde meu filho trabalha, não estava na lista das localidades atingidas e as notícias do Twitter, eram de que os turistas estavam turistando como sempre, alheios aos acontecimentos. Com exceção de Camden Town (onde há um mercado muito conhecido) , nenhum ponto turístico foi “atingido”.
Hoje, finalmente, ouvi o discurso de David Cameron, sobre a medidas que estão sendo tomadas, a fim de que a segurança volte a reinar no território da Rainha. A polícia foi autorizada a usar canhões de água e balas de borracha, e 16 mil oficiais estão nas ruas. Além disso, estão identificando, através de imagens das câmeras de segurança, os participantes desse episódio vergonhoso e colocando-os no “devido lugar”. Talvez depois de tudo isso, a cidade, agora cheia de cicatrizes, volte a ser segura, quem sabe ainda mais segura que antes. E fotos da beleza da cidade, sejam as únicas que apareçam quando se falar de Londres.
St James Park
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