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Enfim o embarque! Depois de anos de Air France, toda apertada na “charmosa” classe Voyageur, a econômica (principalmente no espaço) da companhia francesa, voar na Executiva, não é um up grade, é um upprêmio, e parodiando o Riq Freire, é quase para trocar o nome para Tassia Shando! Como eu disse no post anterior, o embarque é prioritário, ou seja, quem está na executiva e primeria classes, embarca primeiro, acomoda seus pertences tranquilamente (tranquilamente mesmo! não tem que disputar espaço com ninguém, e sua malinha/bagagem de mão, nem é pesada ou medida antes de entrar no avião – o limite da Tam para bagagem de bordo é de 5 quilos).
E assim que você se senta (e se sente), começa o serviço de bordo! Um paparico atrás do outro. Perde-se a conta de tantos – A senhora gostaria de … A senhora aceita ….? A senhora…?
Para entender melhor: da direita para a esquerda, as 4 poltronas enviezadas são da Primeira Classe. Quatro únicos e exclusivísssssssimos passageiros. A diferença para a executiva, além da poltrona que deita mesmo (180 graus) é o cardápio (deve ter ostras frescas dos mares tailandeses e suas repectivas pérolas, hehehe!).
Fonte: Airlines.net
Depois vem a primeira galeria da Classe Executiva, que na minha opinião é mais exclusiva (onde viajamos), pois são só doze poltronas, agrupadas em pares, que ficam distantes o suficiente para você não ter a mínima idéia de que viajou daquele lado.
O lugar mais legal, sem dúvida, são as poltronas do meio, pois para levantar durante a noite, não precisa passar por cima de ninguém, que estará literalmente dormindo, esticadinho.
Mais atrás, a segunda galeria da Classe Executiva, com vinte e quatro poltronas, e depois, a Econômica.
A poltrona é realmente super confortável, e o espaço entre a sua e a da frente é inacreditável. Nos primeiros momentos, a gente não sabe o que fazer com as pernas e dá até para sentir uma certa solidão e saudades da sua bolsa que fica láaaa longe ! Mas em cinco minutos, já desenvolve um apego à situação!
Nas costas da poltrona da frente, tem o sua TV particular (grande), porta revistas, porta trecos, lugar para colocar travesseiro (de verdade) que vem junto com um cobertor. No braço da poltrona, tem tomada (para carregar o que você quiser) e entrada USB.
No encosto, luzes particulares (absolutamente necessárias, pois depois do jantar, a escuridão é total, e até o café da manhã é servido, para quem já acordou, no lusco-fusco, para não atrapalhar quem ainda está dormindo.
A poltrona é toda hightech, e pode fazer tantos movimentos e ficar em tantas posições, que dá para brincar de vídeogame com o próprio corpo. Como dá para ver na foto, a poltrona não reclina/deita 180 graus, mas realmente não fez muita diferença. Neste braço da poltrona, ainda há o controle remoto da TV. São zilhões de opções de filmes, músicas, joguinhos, que seria necessário um vôo ida e volta sem escala para a China, para dar conta de ver tudo. Mas depois do “hardware” voltemos ao “software”: o serviço de bordo é mesmo um mimo atrás do outro. Assim que a gente se acomoda, vem um/a comissária para nos informar as opções de drinks e aperitivos, oferecer as revistas, o travesseiro, o cobertor, a nécessaire (vem com escova e pasta de dentes, pente/escova de cabelo, tapa-olhos, meias, lencinho, lipbalm, calçadeira, etc), além de um enorme cardápio.
Depois ela vem com a garrafa da bebida que escolhemos (Champagne, bien sûr!) e pouco depois um potinho com uma variedade de castanhas, nozes e macadâmias aquecidas.
Enquanto isso, a Econômica está se acomodando (nunca mais vou esquecer disto, quando estiver lá!). E em questão de minutos, nos perguntam se queremos mais alguma coisa, se está tudo bem, se já escolhemos os vinhos, as entradas, o prato principal, a sobremesa… – A senhora deseja …? Mentalmente respondi algumas vezes: –Sim! precisamos discutir a relação! Estou um tanto sufocada, você não me dá tempo de pensar!
E assim, com este espaço todo, e com todo esse paparico, a gente pensa até em ter uma insônia, para aproveitar e não perder nadinha. Como assim, de qual país será o vinho para acompanhar o prato principal? Patrícia escolheu um alemão, e eu um francês. Ooh lá lá! Enfim, o início do vôo parece que estamos num restaurante sobre asas! Os comissários usam uma espécie de avental, e com o bloquinho, anotam até seus pensamentos. E quase não acreditei quando oferceram uma balinha. Sim, uma inocente balinha, igual às servidas nos vôos domésticos e na econômica (aquela balinha foi a única conexão com o mundo real, uma ligação com as origens, hehehe!).
Para servir o jantar, as luzes já diminuem. Sorrindo e silenciosamente, os comissários “põe a mesa”: toalha, guardanapos, e talheres (de verdade). Nos entregam um babador (sim, uma babador!) e delicadamente depositam a entrada.
Pão de ervas, manteiga, salada com rosbife (deve ter um nome bem mais pomposo, ah sim, é só verificar o meun, né?
Entradas
Folhas Verdes apresentadas com Rosbife de Filet Mignon realçado com
Mostarda Antiga
Folhas Verdes servidas com Queijo Feta, Tomate, Cenoura e Amêndoas
Seleção de Pães Quentes
Sopa
Creme de Espinafre
Pratos Principais
Filet de Robalo servido com Azeite de Ervas, Creme de Palmito com Lentilhas e Legumes grelhados
Filet de Frango em Crosta de Castanhas apresentado com Batata Rösti e Aspargos
Nhoque de Mandioquinha realçado com Molho de Tomate Concassé, Alho-poró e Manjericão
Queijos
Seleção de Queijos
Sobremesas
Torta Mousse de Chocolate Branco e Manga realçada com Calda de Manga
Sorvete
Variedade de Frutas Frescas
Depois o prato principal, que estava tão gostoso, que comi antes de fotografar (momento carrapato a serviço do fato) e a sobremesa também uma delícia, tendo sempre seu copo de vinho, devidamente abastecido. A essa altura, as luzes estão no mínimo, e assim que o serviço é retirado, já está todo mundo “agarrado ao seu ursinho de pelúcia”, e… bocejando.
É hora de reclinar sua poltrona (quase uma cama, mas não é 180 graus), subir o descanso para as pernas, puxar seu cobertor, ajeitar seu travesseiro e escolher seu filme, música, etc e escutar tudo isso, num headfone (de verdade). E eu que sofro de insônia, principalmente em vôos internacionais noturnos, descobri o melhor remédio e a receita seria assim:
ao anoitecer – sala vip (sem restrições)
antes do jantar – champagne (à vontade)
antes de dormir – poltrona da classe executiva
Ok, não dormi a noite inteira, mas dormi!! Vi ums filmes (nem todos até o final), e quando dei por mim, lá estava a comissária, anotando o que eu queria para o café da manhã:
Café da Manhã
Frutas Frescas da Estação
Variedade de Frios
Pães Quentes
Sanduíche recheado com Queijo Gruyère, Presunto e Tomate
Omelete recheada com Queijo Mussarela e Peito de Peru e apresentada com
Queijo Coalho
Iogurtes
Cereal
Geleia e Mel
Queijo, presunto e o melhor de tudo! Você está absolutamente inteira, e nem parece que está viajando há 10 horas.
O desembarque também é prioritário, e até a imigração em Heathrow é diferenciada. E quando finalmente saímos do aeroporto, eu estava me sentindo abosolutamente pronta para o dia, para a semana! É por isso que os executivos ocupadíssimos viajam na Classe Executiva, né? Para não chegarem espremidos, derrubados, amassados e detonados aos seus destinos.
Faz realmente toda a diferença e sem dúvida nenhuma, uma experiência deliciosa, para uma essa viajante que vos fala!
Agora que aterrisamos, vamos continuar viajando, por Londres, e por onde os caminhos me levarem.
Até!!!
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